Eat Your Waste - O Training Course pelas palavras das próprias participantes

No final de janeiro/início de fevereiro de 2024, a Laura e a Cecília viajaram até Espanha para participar no Training Course “Eat Your Waste”. Deixamos aqui algumas fotos e o testemunho das duas: 

🫛 “Este foi o meu primeiro contacto com um training course. Não tinha bem a noção do que esperar, mas acabei por ser agradavelmente surpreendida com toda a experiência. Ao longo de praticamente duas semanas, houve muita aprendizagem, partilha de vivências e de conhecimento. Apreciei particularmente a diversidade de atividades práticas, o que conferiu um caráter mais interessante e cativante a este TC. Construímos um compostor e uma casa de banho seca, além disso também houve espaço para nos aventurarmos na cozinha. Leite de aveia, pão de massa mãe, tempeh e kimchi foram algumas das receitas exploradas. Para lá destes momentos mais práticos houve também lugar para algumas palestras, debates e uma visita a uma estação de tratamento de resíduos. Sinto que este projeto contribuiu para me tornar uma pessoa ainda mais consciente e sensível em relação ao tema do desperdício.” – Laura

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🌿 “Neste projeto, tivemos a oportunidade de aprender sobre desperdício alimentar e como acontece em cada fase do processo produtivo, descobrindo que, segundo a organização WWF, 40% da comida que é produzida no mundo não chega ao nosso prato. O desperdício alimentar ocorre de formas diferentes, dependendo do local. Por exemplo, em países subdesenvolvidos, as maiores perdas alimentares acontecem na produção e na distribuição. Já nos países mais ricos, como Portugal, o desperdício ocorre principalmente no ambiente doméstico.
Durante esses dias, aprendemos algumas técnicas para aproveitar ao máximo o alimento, gerando menos desperdício e resíduos. Dentre essas técnicas, posso citar processos de fermentação (como kimchi e tempeh), que aumentam a durabilidade do alimento, além da utilização de partes dos legumes que normalmente são jogadas fora, como o pesto feito com as ramas da cenoura.
Também tivemos contato com o trabalho manual, construindo uma casa de banho seca com madeira reciclado e um compostor com paletes que iriam para o lixo. Nessas duas atividades, juntamente com alguns debates teóricos, pudemos aprender sobre a importância de separar e reciclar os biorresíduos, que, de acordo com a APA, correspondem a 37,42% de todo o resíduo produzido em Portugal. Nesse contexto, a compostagem produz um composto riquíssimo em nutrientes que é muito saudável e benéfico com um fertilizante natural para o solo.
Por fim, visitamos uma estação de tratamento de resíduos, que nos proporcionou uma nova perspetiva de como é importante separarmos nosso lixo em casa e colocarmos nos contentores corretos. Ao jogarmos nosso lixo no contentor cinza (resíduos indiferenciados), contaminamos os resíduos que poderiam ter um potencial de reciclagem, tornando impossível a sua valorização física e forçando as estações de tratamento a recorrerem à incineração. Isso acontece na estação que visitamos em Barcelona, apenas uma pequena porção do lixo do contentor cinza que chega lá é recuperado para ser reciclado, como os metais que são separados com a ajuda de ímãs. O restante dos resíduos, como plástico e papel recolhidos, estão tão sujos que possuímos um valor de mercado muito baixo, sendo também incinerados.” – Cecília