O ESCOLAS TRANSFORMADORAS tem como objetivos a promoção de competências socioemocionais e a redução de problemas comportamentais nas crianças, seguindo-as do 1° ao 4° ano através de um programa de atividades a desenvolver em sala de aula.
O PROJETO
O conceito do projeto Escolas Transformadoras consiste na conceção de que os professores e as comunidades são agentes de transformação social. Este visa a integração entre o currículo escolar e o desenvolvimento das competências socioemocionais dos alunos, preparando-os para um futuro num mundo em rápida mudança, em que as soft skills são cada vez mais valorizadas e necessárias, não apenas para o sucesso na vida profissional mas também nas relações interpessoais.
Este projeto decorre em contexto de sala de aula. Esta integração tem como vantagens a redução da carga horária dos professores e da escola, sem sobrecarregar o horário das famílias.
O projeto Escolas Transformadoras pretende ser uma implementação longitudinal que acompanha as crianças do 1º ao 4º ano, uma vez que este tipo de intervenções demonstram ter maior eficácia a longo prazo.
No âmbito deste projeto procuramos proporcionar formação aos pais, professores e outros profissionais que interajam com as crianças no meio escolar, com vista a equipá-los de ferramentas necessárias à modelação e modificação de comportamentos.
A inovação proposta pelo projeto "Escolas Transformadoras" consiste em trabalhar 3 áreas: emocional, comportamental e motora.
A NOSSA METODOLOGIA
Este projeto assenta no modelo desenvolvido pela Collaborative for Academic, Social and Emotional Learning (CASEL, 2012), que tem demonstrado eficácia e que pretende desenvolver nas crianças a autoconsciência e autorregulação emocional, a consciência social, o relacionamento interpessoal e a tomada de decisão responsável.
AUTOCONSCIÊNCIA EMOCIONAL
Ser autoconsciente implica ser capaz de identificar as próprias emoções, pensamentos e a sua influência no comportamento, assim como conseguir avaliar as suas qualidades e limitações e ter um sentido de autoconfiança e otimismo bem desenvolvido.
CONSCIÊNCIA SOCIAL
A consciência social implica ser capaz de se colocar na perspetiva do outro e de ter empatia para com os outros independentemente das suas origens e cultura, implica entender normas sociais e éticas de comportamento e reconhecer a família, escola e os recursos da comunidade como fatores de suporte.
TOMADA DE DECISÃO RESPONSÁVEL
A tomada de decisão responsável define-se como a capacidade para fazer escolhas construtivas e respeitáveis acerca do próprio comportamento e interações sociais, tendo por base padrões éticos, preocupações com a segurança, normas sociais, a avaliação realista de consequências das ações e o bem-estar próprio e dos demais.
AUTORREGULAÇÃO EMOCIONAL
A autorregulação emocional implica ser capaz de regular as próprias emoções, pensamentos e comportamentos em situações diversas. Inclui a gestão do stress, controlo de impulsos, ser capaz de se automotivar e estabelecer, trabalhar e atingir objetivos pessoais e escolares.
RELACIONAMENTO INTERPESSOAL
O relacionamento interpessoal define-se como a capacidade de iniciar e manter relacionamentos saudáveis e recompensadores com vários indivíduos e grupos.
QUE RESULTADOS?
De Janeiro a Dezembro de 2021 o projeto foi implementado em 3 turmas da cidade de Lamego e o gráfico abaixo mostra a comparação entre os dados iniciais e finais dos alunos dessas turmas nos três parâmetros trabalhados: motor, emocional e comportamental:
De um modo geral, foi notória uma melhoria nos três níveis avaliados, sendo que a maior diferença foi ao nível motor, seguido pelo nível comportamental.
Assim, ao nível motor, a generalidade dos alunos encontrava-se a um nível adequado para a idade, mas precisava de trabalhar mais a coordenação, equilíbrio e, de um modo geral, o movimento livre, competências que foram potenciadas pelo facto do Escolas Transformadoras utilizar metodologias de dança e movimento.
Quanto ao nível comportamental, inicialmente, nas três turmas, foram verificados problemas de comportamento como o desafio à autoridade, não cumprimento de regras e comportamentos desadequados uns para com os outros. Atualmente e de acordo com os dados apresentados, é visível uma melhoria, o que pode ser explicado por uma maior maturidade, por mais tempo em contacto com as regras e pelas sessões do projeto onde esses temas foram abordados.
No que toca ao nível emocional, os resultados não são tão nítidos, o que pode ser explicado por ter sido a primeira vez das crianças a falar sobre emoções, sobre elas próprias e a pensar na forma como determinadas situações as fazem sentir, assim como em formas de lidar com problemas.